segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Cordel para as confreiras



Cordel para as confreiras

Boa tarde minhas cumadre
Boa noite se tem lua
Cumprimento também os homi,
Que hoje num passam fome
Comem patê de renome.
Só sei que hoje ninguém jejua.

Mas deixa a comida de lado,
a sua hora vai chegar...
Agora eu vou dizer
O que danado vim fazer:
A confraria descrever
e essas mulé apresentar

Vamo logo pelo nome
"Confraria feminina"
Digo mermo, digo agora
Copiaram da reforma
Sem frescura e sem demora,
Bendito plágio dessas menina

No coração das confreira
o desejo de a Deus dar glória
Na palavra e com fé
Buscando o que Deus quer
Pra pela graça ser mulher
e só em Cristo ter vitória

Também vou comentar
Um dos lemas que elas tem
Teologia da fuleira
só produz muié reiêra
e o que evita fazer besteira
é estudar a palavra bem

Tem outro lema que eu sei
"fé patê salvação"
Quando bota o patê no meio
Pense num recheio!
Se a salvação fosse por obras
ocês num tinha parêa não.

Mas voltando pro que é sério
Vamo falar de história
Já faz um ano que cês tão aqui
Estudando pra redimir,
resgatar e assumir
a feminilidade que o mundo devora

Trabalham o sentido
do que é ser piedosa,
tempo e prioridades,
um falar santo de verdade,
até masculinidade
já foi assunto de prosa

O que significa ser mulher?
E a vocação de ser mãe?
Como a queda tem nos afetado
O feminismo confrontado
Tudo isso foi estudado
para crescimento das irmãs.

Mas eu sei que ao Pai alegra,
muito mais que o entendimento,
é ver um coração bondoso,
muito além do religioso,
quando o Espírito, todo jeitoso,
moldo o filho aí dentro.

Pra tudo isso e muito mais
a confraria tem servido:
aumentar em conhecimento,
santificação e crescimento,
amizade e alento,
tudo graças ao Deus querido.

Para acabar como crente
eu vou pedir uma coisa já
Pensando no que Deus fez:
no sacrifício pago uma vez,
na bondade dele com vocês,
vamo todo mundo orar.

Anderson Oliveira, 20.11.2017.

Escrevi esse pequeno cordel em comemoração ao aniversário do grupo confraria feminina, um ajuntamento de mulheres piedosas buscando definir sua feminilidade e identidade em Cristo.

Quem sou eu?



Quem sou eu?

Eu sou pó, eu sou barro e argila
Junto a terra eu ganhei feição
De um sopro a minha vida destila
Alma viva que surge do chão

Sou Adão, sou Abel, eu sou Sete
Sou feitura de ti, Criador
De glória e honra fizestes
Uma coroa pra mim de esplendor

Sou menor que os anjos por pouco
Jardineiro por imitação
No cultivo eu ganho meu soldo
E aumento o domínio de Adão

Também sou Ninrode e Caim
Assassino e vil traidor
Ser caído, rebelde, sou sim
Orgulhoso, infiel pecador

No jardim eu desobedeci
Na fogueira, meu mestre neguei
Com um beijo insincero traí
E fingi ser amigo, eu sei

Não fiz isso só no passado
Tenho culpa que é bem mais recente
Pelo justo juíz condenado
Levo fardo de peso crescente

Mas se isso tudo é verdade
Quão terrível é o meu viver!
Ser quem sou não me dá saciedade
Me encarcera e condena no ser

Eu preciso encontrar um caminho
Fuga certa daquilo que sou
Um forte, uma casa, um ninho
Um jardim sem serpente ou dor

Eu me torno como uma criança
Sou mui frágil, preciso de um lar
Busco então uma outra esperança
Quem eu sou já não pode bastar

Vejo em Cristo a minha saída
“Vinde a mim”, ele diz mansamente
Até que enfim, cesso minha lida
“Quem sou eu” encontrei finalmente

Anderson Oliveira, 2.12.2019

Quando fui escrever na aba "quem sou eu" do blog não pude deixar de meditar nessa pergunta tão importante. Não me satisfazendo com uma simples resposta objetiva e descritiva, escrevi essa poesia.

Estou em Manhattan, NY…

Nunca pensei que viria para os EUA, muito menos NY. Nunca planejei e nunca desejei para falar a verdade. Na providência divina o Senhor me t...