segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Quem sou eu?



Quem sou eu?

Eu sou pó, eu sou barro e argila
Junto a terra eu ganhei feição
De um sopro a minha vida destila
Alma viva que surge do chão

Sou Adão, sou Abel, eu sou Sete
Sou feitura de ti, Criador
De glória e honra fizestes
Uma coroa pra mim de esplendor

Sou menor que os anjos por pouco
Jardineiro por imitação
No cultivo eu ganho meu soldo
E aumento o domínio de Adão

Também sou Ninrode e Caim
Assassino e vil traidor
Ser caído, rebelde, sou sim
Orgulhoso, infiel pecador

No jardim eu desobedeci
Na fogueira, meu mestre neguei
Com um beijo insincero traí
E fingi ser amigo, eu sei

Não fiz isso só no passado
Tenho culpa que é bem mais recente
Pelo justo juíz condenado
Levo fardo de peso crescente

Mas se isso tudo é verdade
Quão terrível é o meu viver!
Ser quem sou não me dá saciedade
Me encarcera e condena no ser

Eu preciso encontrar um caminho
Fuga certa daquilo que sou
Um forte, uma casa, um ninho
Um jardim sem serpente ou dor

Eu me torno como uma criança
Sou mui frágil, preciso de um lar
Busco então uma outra esperança
Quem eu sou já não pode bastar

Vejo em Cristo a minha saída
“Vinde a mim”, ele diz mansamente
Até que enfim, cesso minha lida
“Quem sou eu” encontrei finalmente

Anderson Oliveira, 2.12.2019

Quando fui escrever na aba "quem sou eu" do blog não pude deixar de meditar nessa pergunta tão importante. Não me satisfazendo com uma simples resposta objetiva e descritiva, escrevi essa poesia.

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